Nos últimos cinco anos - entre 2003 e 2007 - 1.564 pessoas foram assassinadas na Grande Cuiabá, incluindo homicídios, latrocínios (roubo seguido de morte) e lesão corporal seguida de morte, numa média de 300 por ano. Desse total, cerca da metade das vítimas era de adolescentes e jovens até 24 anos, executados principalmente em bairros longe do Centro. Rixas ocorridas em bares e lanchonetes, tráfico de drogas e crimes passionais estão entre os principais motivos. As variações de um ano para outro foram poucas.
Em 2003, foram 306 assassinatos. Diminuiu para 291 no ano seguinte, subindo para 318 depois. No ano passado, foram 330 execuções. Nessa estatística, levantada junto à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ao IML (Instituto de Medicina Legal) e a delegacias de Várzea Grande, estão somente os assassinatos ocorridos em Cuiabá e Várzea Grande, ficando de fora outras cidades.
De acordo com o especialista em violência urbano e doutor em Sociologia, Naldson Ramos da Costa, a Grande Cuiabá tem uma taxa de 40 assassinatos por 100 mil habitantes, o que coloca a região entre as cinco mais violentas do país, ficando atrás das regiões de Recife, Vitória, São Paulo e Rio de Janeiro. “Infelizmente não estamos distante dos grandes centros violentos”, destacou. O que chama a atenção é que esse patamar se estabilizou na faixa de 300 execuções e não dá sinais de diminuição em curto prazo.
Para tanto, explicou, é necessário implementar algumas medidas usadas com sucesso em outras cidades com grandes índices de homicídios, mas alerta. “Lei seca por si só não resolve. É preciso ações complementares”, frisou. No entendimento de policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), caso bares e lanchonetes de bairros periféricos das duas cidades fossem fechados no início da madrugada, o número de assassinatos seria bem menor.
As estatísticas apontam que mais da metade dos assassinatos ocorre durante a madrugada nos bairros longe do centro.
Nesses cinco anos, a polícia só registrou uma chacina com três vítimas apontando para crimes individuais. Ex-presidiários ou jovens que tiveram passagem pela polícia representam uma média de 30% dos assassinatos, reforçando as suspeitas de execuções. Alguns estavam envolvidos com tráfico de drogas ou com furto e roubo apontando para briga entre integrantes de gangues ou quadrilhas. “A maior parte dos assassinatos (envolvendo ex-presidiários) ocorre de forma semelhante.
A vítima está caminhando e vem um ou dois ocupantes de uma motocicleta que atiram e fogem. Como não existe crime perfeito, acabamos chegando até os autores”, explicou um policial da DHPP. Fonte: Diário de Cuiabá
Nenhum comentário:
Postar um comentário