12/01/2008

Três jornalistas são presos em serviço no Mato Grosso

O repórter fotográfico Otmar de Oliveira, o cinegrafista Belmiro Dias, ambos do Grupo Gazeta de Comunicação, e Marcos Alves, cinegrafista da TV Centro América, foram detidos por cerca de 2h30, sob acusação de desrespeito a uma determinação judicial do magistrado substituto da 4ª Vara Criminal, Rondon Bassil Filho, na tarde de ontem.

Os três só não foram encaminhados ao Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc), do Planalto, por causa da intervenção do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT) Francisco Faiad, e dos advogados Cláudio Stabile e Adriana Bispo Bodinar.

Os profissionais da imprensa entraram a sala de audiências para registrar o depoimento da ex-escrevente do judiciário, Beatriz Árias, presa acusada de tráfico de influência e corrupção, mas como o processo corre sob segredo de justiça, o juiz entendeu que houve desrespeito a sua ordem.

O magistrado determinou, aos gritos, que os profissionais deixassem o recinto e entregassem às imagens da audiência a ele. Exigiu que a máquina fotográfica lhe fosse entregue. Pouco depois, deu voz de prisão aos três, pediu reforço da Polícia Militar e os manteve separados dos demais colegas de profissão.

Cerca de duas horas depois do início da confusão, o desembargador Orlando Perri, foi ao local, mas deixou claro que não discutiria a decisão do juiz. "Na minha condição não cabe esse papel. Vim saber o outro lado". Pouco depois de falar com o desembargador, o juiz chamou os advogados a sua sala e declarou não ter encontrado dolo (intenção) na ação dos profissionais.

Para que fossem liberados, cada um deles teve de assinar um termo se comprometendo a não veicular as imagens. "Foto não fala, não houve. Eu não vejo problema, mas o magistrado viu". A fala é do presidente da OAB/MT, Francisco Faiad.

Constrangidos, os profissionais se defendem. "Estava apenas fazendo meu trabalho. Aproveito às oportunidades", diz Belmiro.

Fonte: Gazeta Digital

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