28/10/2007

O preço do crescimento

Quando o bebê chega ao mundo, até que a recepção a ele, na maioria dos casos, é fantástica! Quando experimenta crescer e fazer gracinhas, consideradas pelos outros como impróprias para sua faixa etária, aí começam as críticas. O crescimento começa a doer muito cedo... Se for espertinho, logo, logo, o bebê vira moleque. Quando vai para a escola maternal, começa a ser chamado de aluno e como tal, o “avaliam” o tempo todo. Lá tem coleguinhas... e os coleguinhas disputam entre si quem é o seu melhor amigo. Quantos amigos!

O tempo passa e o jovem se enche de amigos. À medida que transcorrem as mutações da vida, amigos se afastam, porque se transferem para outros lugares. Uns se desinteressam pela relação, porque, “quem diria: o tal, antes tão simples, agora só tira um notão”. Muitos somem, devido à mudança de classe social. “Nem parece aquele que conheci”... A solidão pelo crescimento é sorrateira, não é de uma hora para a outra.

Até ser chamado de adulto, o ser humano já amargou, a duras penas, o processo de ser alguém, de alcançar êxito em algum projeto e, se for bonito, coitado, sabe o que é ser discriminado pelo isolamento do fechadíssimo “clube dos belos sofredores”. O “feíssimo” também sabe o preço. Não é barato crescer, ser diferente, marcar presença, brilhar. Certa vez, uma jovem exclamou: “Como as pessoas são solidárias, como elas socorrem aos que precisam... tenho uma vizinha com uma perna só que é super protegida pelos seus amigos”. Então a pessoa que estava ao seu lado disse em tom de desabafo: - Experimenta ter duas pernas”.

Existe um pensamento muito bonito que diz:

“Se você trata uma pessoa como você imagina que ela é, ela se torna pior do que é. Se você trata uma pessoa como você gostaria que ela fosse, ela se torna melhor do que é”.

O ser humano julga e é julgado o tempo todo. A inveja, sobretudo, interfere profundamente na avaliação. Na ânsia de representar-se melhor, todos os recursos são amplamente usados. Uns até convencem, outros revelam as contradições e as artimanhas do humano.

Conta a tradição grega que o filosofo Aristipo, querendo demonstrar sua sabedoria e modéstia, vestiu-se com uma velha túnica cheia de remendos e furos. Empunhou o báculo da filosofia e foi-se pelas ruas de Atenas. Quando Sócrates o viu chegar em sua casa, exclamou:

- Ó, Aristipo! Vê-se a tua vaidade através dos furos de tua roupa!

Você conhece alguém que finge estar cochilando, só para tentar desestruturar o outro, quando ouve uma conferência que imagina não ser capaz de fazer igual? O invejoso não tem autoconsciência, automotivação, auto-estima, mobilizados. Ele não sabe que pode muito mais e subestima seu potencial. E aquele que finge ignorar a ascensão do outro? Ao apresentar a pessoa nunca a designa com seu título maior, sempre a menospreza e tenta diminuir-lhe o status.

Inveja é uma doença, uma disfunção cerebral e não tem cura, mas um tratamento pode reduzir a ação do mais perigoso vírus destruidor do cérebro humano.

Conta a lenda que a inveja e a ganância iam andando de mãos dadas, de repente, chutaram uma lâmpada maravilhosa e de lá pulou um gênio. Muito feliz, ele disse:

- Podem pedir tudo o que sonharem que lhes darei. Antes, respondam: quem nasceu primeiro a inveja ou a ganância?

A inveja convenceu que ela nasceu primeiro!

-Tudo bem, disse o gênio, pense bem, inveja, o que você pedir, darei em dobro para a ganância.
A inveja pensou, pensou e pediu: Fure um olho meu!

Aos dois anos, a criança já sofre com inveja do outro. Se não tiver a mãe, uma professora, alguém enfim que possa orientá-la, ensinar mesmo como controlar esse vírus que pode atacar as emoções, a carga torna-se pesadíssima, um grande transtorno, porque quem mais sofre é o invejoso. A Bíblia diz: ”A inveja é a podridão dos ossos”. (Pv 14:30).

Era uma vez uma linda árvore que pensava. E pensava muito. Um dia, funcionários da prefeitura a encontraram num lugar inexpressivo, carregada de flores, e logo a transportaram para o jardim mais importante da cidade. Colocaram-na no meio da praça! Entusiasmada, ela agigantou-se, cresceu mais e produziu mais flores.

Certa vez, fiscais da prefeitura passaram por lá e viram seus belos galhos por cima dos fios de eletricidade, então mandaram podá-la. A árvore ficou triste e pensou: “Não cresço mais deste lado.” Depois de algum tempo, passou de novo a fiscalização e achou que a árvore crescera de modo desproporcional: mandou podá-la do outro lado. Muito triste, a árvore pensou: “Não cresço mais deste lado também”. E começou a crescer só para cima.

Não demorou muito e a fiscalização olhou para aquela árvore comprida... sem graça, e tomou providências: mandaram podá-la novamente. Revoltada, a árvore resolveu parar de crescer para qualquer lado.

O tempo passava e a árvore não quis mais crescer para lado nenhum. Então os ficais resolveram cortá-la, definitivamente, e plantar outra em seu lugar.

Moral da história: As pessoas vão lhe cortar sempre, principalmente, se a sua árvore da vida produzir flores e frutos; mas nunca desista de crescer...
“O desejo cumprido é árvore de vida”. (Pv 13:12).

Ivone Boechat

26/10/2007

Desmatamento volta a crescer na Amazônia

Cinqüenta e nove por cento no Pará, mais de 84% no Mato Grosso, inacreditáveis 602% em Rondônia. Não dá mais para contestar: após três anos sucessivos de queda, o ritmo do desmatamento da Amazônia brasileira voltou a crescer no segundo semestre de 2007.

Fatores econômicos objetivos, como o aumento da demanda e dos preços da soja no mercado internacional e o início da construção das usinas hidrelétricas do Rio Madeira, e até mesmo subjetividades políticas, como o início das negociações visando às eleições municipais, são os motores da retomada do desmatamento, que já é admitida pelo governo federal.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), baseados em imagens de satélite obtidas pelo sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), a área total devastada na Amazônia entre junho e setembro deste ano foi 8% maior do que no mesmo período em 2006.

No entanto, se levado em conta somente o mês de setembro, o aumento da devastação é, segundo as informações do Deter, de significativos 107%. De posse dessas informações, o governo afirmou que pretende rever o Plano de Combate ao Desmatamento de modo a intensificar o número de operações nos três estados mais problemáticos.

O caso mais espantoso é o de Rondônia que, nos últimos doze meses, teve um aumento do desmatamento de 602% em comparação ao período anterior, passando de 42 km² de área devastada em setembro de 2006 para 295 km² em setembro deste ano. De acordo com as imagens do Inpe e os relatórios produzidos pelo Ibama, o desmatamento no estado se concentra em uma região que começa na capital, Porto Velho, e passa pelos municípios de Jaciparaná, Nova Mamoré, Guajará-Mirim e Costa Marques, ao longo da fronteira com a Bolívia.

Além dessas cidades, segundo o Ibama, a grilagem de terras em Rondônia teve um aumento considerável nos últimos meses nas áreas conhecidas como Nova Dimensão, União Bandeirantes, Taquara e Pau D’arco. Técnicos do Ibama e militantes do movimento socioambientalista creditam o enorme aumento do desmatamento no estado à proximidade do início da construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira.

Outro fator que permitiu esse aumento, segundo os críticos, foi o afrouxamento no licenciamento e na fiscalização ambientais desde que a responsabilidade por ambos saiu da esfera do governo federal e passou para o governo de Rondônia.Em Mato Grosso, o aumento do preço da soja já se faz sentir na carne da floresta, que viu o desmatamento crescer 84% nos últimos doze meses, em comparação ao período anterior.

Alguns dos municípios campeões da devastação - Alta Floresta, Nova Bandeirante, Novo Mundo e Apiacás, entre outros - estão situados no chamado Portal da Amazônia, na fronteira norte do estado. Outros, como São Félix do Araguaia e Colniza, ficam logo ao lado. As áreas desmatadas recentemente, no entanto, não servirão diretamente ao plantio de soja, sendo transformadas, a princípio, em meras pastagens.

É a segunda etapa do perverso trinômio madeira-gado-soja que destrói a Amazônia.O Pará teve um aumento de 59% do desmatamento nos últimos doze meses, em comparação ao período anterior. O mais preocupante na situação paraense, de acordo com as imagens coletadas pelo Inpe, é que o desmatamento recrudesceu sobretudo na chamada Terra do Meio e ao longo da BR-163 (Cuiabá-Santarém), duas áreas consideradas historicamente vulneráveis, e também dentro das Unidades de Conservação.

Tudo indica que a agressão às UCs está se intensificando, pois cerca de 25% da devastação ocorrida no Pará nos últimos três meses se deu em áreas teoricamente protegidas.“Desmatamento Escandaloso”O aumento do desmatamento parece pegar de surpresa alguns setores do governo.

Em visita à Rondônia na semana passada, o ministro Nélson Jobim (Defesa), após percorrer e sobrevoar regiões de fronteira com a Bolívia ao lado dos comandantes do 6º Batalhão de Infantaria de Selva, classificou de “escandaloso” o desmatamento que viu com os próprios olhos: “Eu achava que era exagero da mídia, mas não imaginava ver o que vi. Há um completo desconhecimento no resto do país sobre o que está acontecendo em Rondônia”, disse.

De volta à Brasília, Jobim anunciou que vai elaborar um relatório sobre o que viu na Amazônia. O documento trará uma série de sugestões que, promete, serão entregues pessoalmente à colega Marina Silva (Meio Ambiente) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: “O Estado tem de ocupar o seu espaço para eliminar o vazio de poder que existe na Amazônia”, avalia o ministro, que pretende contar com a ajuda das Forças Armadas.

A ministra Marina Silva, por sua vez, afirmou que nos próximos dias irá discutir medidas adicionais de combate ao desmatamento com Lula e Jobim, e também com os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Tarso Genro (Justiça) e Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário): “Com o aquecimento da economia e as eleições municipais, a Amazônia enfrentará dois testes de fogo em 2008”, disse, sem esconder sua preocupação.(Maurício Thuswohl).

22/10/2007

O paraíso

No estágio que o homem fez, sozinho, nos primeiros passos que deu na terra, começou a ficar triste. Acompanhando, supervisionando, Deus viu que “Não era bom” o homem ficar só e prometeu: “Far-lhe-ei uma adjutora...”

A mulher chegou, olhou para o jardim, deu nome às flores, levantou a cabeça, admirou o céu, o pôr-do–sol era tão lindo, deslumbrou-se com os animais ao redor, viu que tudo era bom e que, dali para frente, ia depender deles para ficar ainda melhor, começou a arrumar a casa. Eva inventou a faxina:
- Adão,vamos colocar folhas, gravetos, pedras e cotocos no seu devido lugar.
- O que Eva? Ninguém aqui desarrumou nada. A Natureza é assim mesmo, quando vem a Tempestade desarruma tudo, depois vem a Brisa e põe tudo de novo no lugar.
- Concordo, meu bem, mas podemos melhorar!

Eva criou a linguagem afetiva para chamar Adão de desorganizado!
- Adão, vamos selecionar folhas para fazer a cama, tirar as que atrapalham nosso trânsito, descobrir frutas mais variadas para o lanche e guardar algumas para o jantar. Vamos determinar horários para a alimentação.
Eva inventou o horário do café da manhã, do almoço e do jantar.

Em pouco tempo, Adão e Eva estavam ao telefone com o inimigo, num bate-papo sobre as novidades do Jardim. E assim nasceu o telefone celular público, no orelhão dos dois. E, claro, com tanto tempo ocioso, o inimigo criou o “jornalismo da fofoca”. Nascia a era zoológica das comunicações. A serpente estava no ar.
O telefone celular divino entrou na área e as comunicações celestiais com o casal se intensificaram, mas o homem, como sempre, por tudo o que não deu certo botou a culpa na mulher, lá também não foi diferente. Adão inventou o jogo-de-empurra.

Acontece que Deus, cuidadoso, perfeito e grandioso, fazia visitas virtuais, diárias, ao Jardim e percebeu que havia a tv a cabo da serpente, interferindo na sua obra. Do seu telefone celular, com viva voz, advertiu e digitou:
- Adão, onde estás?
Não era a voz de Deus que estava fora da área. Adão e Eva já estavam na área da desobediência, na tv a cabo do pecado.

Adão pediu para Eva atender ao telefone. Adão criou a secretária.
O tempo foi passando e o vírus da inveja contaminou o computador humano, porque a família deu a senha do site para o maior inimigo de Deus. O pecado entrou, alterou o programa original, apesar de todas as advertências, a criatura desligou-se do Criador (Provedor). Ambos, homem e mulher, criaram a desobediência.

Imediatamente, Deus novamente atuou. Deixou o e-mail do céu para contatos: fé@graça.comJesus

A primeira família do mundo foi expulsa do jardim. Nasceu o movimento dos sem-terra.
Vieram as lutas, as concorrências, a propriedade privada e com ela a cerca viva. Nasceu a guerra e com ela os matadores profissionais. Aí vieram os perdedores com etiqueta social de escravos. O proletariado chegou! E com tudo isto, mesmo sendo a Terra tão grande, havia gente sofrendo por falta de caverna, de comida, de roupa. A pobreza se instalou.

A sociedade inventou a violência.

Nunca o mundo foi habitado por anjinhos. A humanidade está em guerra, desde o início. Hoje, o mundo está mais perto com o recurso da informação. Isto impressiona? Sim! E as pessoas “modernas” ficam horrorizadas, porque são capazes de selecionar tudo de ruim que existe e mostrar de forma competente e veloz as coisas tristes que sempre fizeram exatamente igual.
Nasceu a tecnologia.

Ivone Boechat

18/10/2007

Che – O mito macabro


No próximo dia 23 de outubro, em sessão especial, o Senado Federal vai prestar homenagem à memória do mitológico Ernesto “Che” Guevara. Como se sabe, há 40 anos o “Che”, tentando levantar uma revolução comunista nas selvas da Bolívia, foi capturado por pequena tropa comandada pelo capitão Gary Prado, do Exército boliviano e logo depois executado pelo tenente Mario Téran - não sem antes implorar pela vida: “Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto”.

O requerimento para a estranha celebração política é de autoria do obscuro senador José Nery (PSOL-PA) - que responsabilizou o “imperialismo ianque” pela morte do aventureiro mas cuja desgraça, sabe-se, foi urdida pela vontade de Moscou, Fidel Castro e o PC boliviano – e tem a aprovação de outro político esquerdista, Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado.

Como registrei no meu livro “Politicamente Corretíssimos” (Toopbooks, Rio, 2003), o mito Guevara não corresponde nem de longe à realidade dos fatos. Salvo pela “revolução cubana” – efetivada, em parte, pela inação dos Estados Unidos que abandonaram o sargento Fulgêncio Batista e no início ajudaram Fidel Castro nas escaramuças de Sierra Maestra - a vida do cruel revolucionário foi um completo fracasso: na órbita familiar, no amor, à frente de ministério e banco, como comandante, “diplomata” e guerrilheiro, para não falar no “ideólogo do foquismo” - sua trajetória humana e social tributa larga soma de erros e equívocos que nem mesmo os biógrafos mais entusiastas (entre eles, Jon Lee Anderson) conseguem dissimular.

Com efeito, filho de mãe “possessiva” e produto de um lar “excêntrico”, desde cedo o “Che” só fez acumular fracassos. Por exemplo: quando, como estudante, aspirava (em Córdoba/Argentina) realizar casamento “burguês” com a prima rica Chinchina Ferreyra, que o repudiou; ou como presidente do Banco Nacional Cubano, levando a moeda e a economia da ilha à completa insolvência; ou ainda como ministro da Indústria de Cuba, quando fracassou miseravelmente ao lado de Fidel, na obtenção de 10 milhões de toneladas de açúcar que nem de longe atingiu; e nas frustradas negociações com a Nomenklatura soviética em que pedia ajuda para industrializar Cuba e teve como resposta um sonoro “não”; e na sua doentia pretensão de criar o “homem novo” e a “sociedade nova” – enfim, em tudo que o desastrado guerrilheiro colocou as mãos, só demonstrou elevado grau de incompetência e insensatez.

No levantamento dos sucessivos fracassos de Guevara, propositadamente escondido pelos criadores de mitos, o que chama atenção, no terreno em que se dizia “especialista”, é a sua derrota para os 100 mercenários do Coronel Mike Hoare nas planícies do Congo, em 1965. Vale a pena lembrar.

Excluído da vida política e administrativa de Cuba pelos russos, que sustentavam com bilhões de dólares o banquete de “la revolución” e não o queriam por perto, Guevara saiu mundo afora. Sua idéia era criar “um, dois, muitos Vietnãs” para debilitar o “imperialismo ianque”. Julgando oportuno e financiado por Ben Bella (leia-se “petróleo argelino”) e contemplado com armas chinesas, rumou para o Congo (ex-belga) e se juntou às tropas rebeldes de Laurent Kabila, o jovem aspirante a ditador que, por sua vez, queria derrubar o governo de Moise Tshombe e tomar o seu lugar.

Com 127 guerrilheiros cubanos e 3 mil soldados congoleses bem armados, Guevara se internou nos charcos do país africano e tentou derrubar Tshombe. Seus objetivos no Congo eram, pela ordem, privar as fontes financeiras do governo provenientes das minas, obrigar a Bélgica a reconhecer o novo Estado revolucionário, controlar os minerais estratégicos para benefício do bloco socialista e, mais tarde, levar sua guerrilha até Angola.

Diante da ameaça, Tshombe contratou os serviços do Coronel Mike “Mad” Hoare, mercenário sul-africano, especialista em guerra de movimento nas selvas. Conforme registra o historiador Miguel A. Faria, em “Escape of from lost paradise” (Hacienda Publishing, 2002), as derrotas dos guerrilheiros do “Che” no Congo, foram “desmoralizantes”. Na batalha pela hidrelétrica de Bendela, por exemplo, Hoare eliminou boa parte do exército congolês e botou os guerrilheiros cubanos a correr.

Na batalha de Fizi Baraka, nas proximidades do Lago Tanganica, Hoare encurralou Guevara e suas tropas, atacando-as pela retaguarda, de madrugada, destruindo o serviço de comunicação e o centro de abastecimento da guerrilha. No entrechoque fatal, Hoare eliminou 125 soldados congoleses e deixou pelo chão mais de 600 feridos. O “Che”, que tinha prometido aos seus comandados “devorar” com as próprias mãos os adversários vencidos, bateu célere em retirada. No seu próprio diário sobre a experiência militar do Congo (“Passagens da guerra revolucionária: Congo” - Record, Rio, 2005), diz que a experiência foi um “fracasso absoluto” e justifica a clamorosa derrota pela “indisciplina” dos soldados congoleses - que, por sinal, diga-se de passagem, eram também canibais, pois comiam o fígado e o coração dos inimigos.

(Depois da fuga humilhante, irritado com a derrota incontornável, o “Che”, vendo um dos seus guerrilheiros em conversa íntima com uma africana, ordenou que o comandado ficasse de joelhos e, em seguida, deu-lhe malvadamente um tiro bem no meio da testa).

Numa carta dirigida à primeira esposa, Hilda Gadea, o carrasco que de arma em punho matou vários presos políticos na prisão de La Cabaña, e que era movido pelo ódio como fator de luta, escreveu: “Querida velha. Estou na selva cubana, vivo e sedento de sangue”.

É uma figura assim, transformada em santo pela eficiente máquina de propaganda marxista, que o Senado Federal, em detrimento dos verdadeiros heróis, vai homenagear.

É o fim!

O autor é cineasta, jornalista, escritor e ex-Secretário Nacional da Cultura

17/10/2007

Círculo vicioso

Um dia, milhões de bebês choraram na liberdade uterina do milagre da vida: nasceram. Não vestiram seus corpos nem lhes calçaram sapatos nem lhes deram o conforto do seio materno, antes da posse do sonho infantil, foram rejeitados, ao rigor do abandono.

Um dia, mãozinhas trêmulas, inseguras, sem afeto, bateram na porta do vizinho, procurando abrigo. Não havia ninguém ali para oferecer afeto nem portas havia na pobreza do lado. O menino escorregou na direção da rua.

Um dia, a criança anêmica foi eleita à marginalidade da escura noite e disputava papelões e pães no lixo do depósito público. Aos tapas, cresceu como grão perdido no vão das pedras, sem a mínima possibilidade de sobreviver: sem teto, sem luz, sem chão.

Um dia, o adolescente esperto teve alucinações de vida e o desejo de conferir a sociedade: candidatou-se à luta amarga do subemprego. Alvejado pela falta de habilitação, foi condenado como vagabundo, recebendo etiqueta oficial de mendigo.

Um dia, o adulto desiludido, amargurado, sem emprego, sem referencial, saiu à procura do amor. No escuro, mas cheio de esperanças, foi colecionando portas fechadas pelo caminho. Sem Deus, sem nome, sem avalista, sem discurso, acreditou no "slogan" das campanhas sociais.

Um dia, o menino mal nascido, mal amado, mal edu- cado, não soube cuidar do filho que nem chegou a ver. Não ouviu seu choro. Imaginou apenas que, após nove meses de duríssima gestação, alguém brotara de um rápido encontro, irresponsável, assustado e vazio que sempre ouviu dizer que se chamava amor.

Ivone Boechat

(extraído do livro Educação Comunitária – 5ª.ed)

16/10/2007

Pedagogia do Oprimido - resumo de Dorjival Silva


Pedagogia do Oprimido
Autor: Paulo Freire
Resumo de Dorjival Silva

O livro mostra que por falta de conscientização, as camadas mais pobres da sociedade são oprimidas ao extremo, chegando mesmo a acatar sem discussão o que lhes é imposto pelas classes dominantes. Assim, os “esfarrapados do mundo”, obra para quem é dedicada pelo autor, vivem uma verdadeira opressão social, e especialmente, no universo educativo no campo educação/alfabetização de adultos. Desconhecedoras de seus direitos, nunca lutam pela chamada Pedagogia da Libertação.

O autor compara essa libertação necessária às classes menos favorecidas com um “parto”, onde elas precisam definitivamente abandonar a condição servil em que vivem. Ele menciona que por conta do medo imperante essas classes se submetem a todo tipo de “ordens” sem ao menos questioná-las.

O autor propõe que neste universo sombrio de opressão e domesticação seja trabalhada a conscientização como forma de resgatar essas pessoas da condição de aceitação em que vivem. Fazendo uso do pensamento marxista quando se refere à relação dialética subjetividade-objetividade – o que implicaria numa transformação total – teoria e prática, Freire enfatiza a necessidade da conscientização com objetivo de libertar os oprimidos da violenta opressão a que estão submetidos. É a busca de uma restauração completa do homem, o conduzindo para um viver generosamente autêntico, crítico, humano e não “humanista” comprometido com seu mundo, que se propõe ‘Pedagogia do Oprimido’.

Freire enfatiza que é usada uma concepção “bancária” como instrumento de opressão às classes menos favorecidas, condição da qual somente seriam libertas, mediante o fundamental papel da educação. Por esse prisma, o estudante é visto como indivíduo que não sabe de nada, alguém que recebe “conhecimento” daqueles que se julgam sabedores de tudo. O aluno é aquele que recebe “depósitos” na mente e os armazena daquele que se diz professor. O autor chama esse processo de alienação, uma vez que não há criatividade, nem tampouco saber transformador. Impera mesmo, a “cultura do silêncio” pelo fato de o professor detentor da palavra, criar no aluno a condição de sujeito passivo que não participa do processo educativo.

Para denunciar toda opressão contida na educação, Freire escreveu a bombástica frase: “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. O autor expõe as vísceras da educação “bancária” quando denuncia que ela torna possível a continuação da condição de opressora. Para reverter essa cruel realidade, seria necessário trabalhar a educação como prática da liberdade, o contrario da “bancaria”, que produz saber sem significação, incompleto e desassociado de senso crítico. Aponta ainda que para construir a libertação deveria ser trabalhada uma educação problematizadora, valorizando o diálogo, a reflexão e a criatividade.

Para se alcançar uma educação mais humana e revolucionária deve entrar no cenário, o diálogo. “... não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, na ação reflexiva”, diz Freire. Assim, antes “proprietário” da palavra, o professor também é obrigado a aprender a ouvir.
O conteúdo repassado em forma de doação ou impositivo é substituído por um processo de educação organizada, sistematizada, acrescida de elementos bem estruturados. Assim, é pautado o trabalho do educador-educando, dialógico e problematizador.

O trabalho a ser feito deve ter conteúdo programático, construindo temas geradores, metodologicamente, pautado na realidade do aprendente. (...) “o pensar dos homens referido à realidade, seu atuar, sua práxis”, enfatizando-se o trabalho em equipe de forma interdisciplinar. Para a alfabetização (de adultos) o destaque é feito através de palavras geradoras, já que o objetivo é o letramento, porém de forma crítica e conscientizadora.

A que se trabalhar a teoria dialógica, contrária à manipulação das classes menos favorecidas pela “cultura” através dos meios de comunicação. As massas precisam ser conduzidas ao dialogo, canal de libertação da harmoniosa opressão imperante. Freire diz ainda que uma das principais características da ação antidialógica das lideranças é a divisão para manutenção da opressão. A teoria da ação dialógica pautada pela organização e síntese cultural é forte arma de combate à manipulação se usada pela liderança revolucionária.

Por isso, a que se ter compromisso no processo de libertação das classes oprimidas, vistas como “mortos em vida”, devido às condições precárias em que vivem. Essas massas convivem com, além da miséria e as enfermidades físicas, as injustiças, vítimas de um regime que as mantém em condições indignas.

Paulo Freire destaque que nessa situação, os educadores devem assumir uma postura revolucionaria passando a conscientizar as pessoas da ideologia opressora. Trabalho sério com o objetivo de motivar as massas para a organização e o aprendizado da pronúncia do mundo, onde todo cidadão e/ou cidadã pode falar usa própria palavra. O autor observa que essa organização não pode ser autoritária.

Deve ser aprendida nos moldes pedagógicos, onde povo e lideranças aprendem a fazer juntos, buscando instaurar a transformação da realidade que os mediatiza.
O autor enfoca que se o opressor precisa de uma teoria para manter a ação dominadora, os oprimidos igualmente, precisam também de uma teoria para alcançar a liberdade. Uma liberdade baseada na confiança nas pessoas e na fé em todos os cidadãos e cidadãs, para que “seja menos difícil amar”.

Dorjival Silva - jornalista, téologo, Pedagogo. Pós-graduado em Pedagogia Empresarial. dorjisilva@hotmail.com

O Urubu e o Gavião

Na caatinga sombria e pálida num galho seco de angico, o urubu de bico baixo refletindo sobre sua condição de ser mensageiro dos moribundos:

- Nossa! Neste lugar nada acontece. E isso tem trazido pra mim prejuízos. Vejam como estou magrinho e sem ânimo para voar e procurar comida.

Condoído com a condição de seu parente pobre, o gavião aproxima-se faceiro e diz:

- Bom dia, Urubu! Que passe com tão ilustre e temida figura da caatinga?

- Estou triste porque não tenho encontrado comida mesmo neste cenário de seca. Não se morre mais como antigamente. Na caatinga de hoje já não encontro mais esquifes!

- Amigo Urubu, veja que coisa! Eu não tenho passado fome. Sabe por quê? Gosto de comida quente, isto é, sou trabalhador vou atrás. Já você...!

- Pois é gavião, cada um faz o que pode e a vida segue né? De fato, realmente adoro comer um prato frio, ou seja, mortinho da silva.

- Veja aquela Juriti voando vou almoçar agora veja como se faz!

O gavião em debandada persegue de modo implacável a frágil ave. Porém esperta, a Juriti voa entre galhos e espinhos pontudos, desvencilhando-se do insensível e faminto gavião. Eis que numa esquina da avenida caatinga um espigão de mandacaru adianta-se à manobra do pássaro assassino, cravando-lhe o peito. Agonizante clama por socorro. A Juriti mesmo ofegante volta e ouve seu pedido e diz: agüente firme gavião, vou chamar seu amigão!

- Urubu? Urubu? Urubu acorde seu depressivo de uma figa!

- Que houve Juriti?

- Vai salvar seu amigo gavião.

- Por quê?

- Ele se acidentou na avenida mandacaru e está precisando de você.

- Ok. Vou lá.

Aproveitando a corrente de vento norte plaina no ar do sertão, chegando ao local ver seu amigo gavião em má situação e se aproxima dizendo:

- O que posso fazer amigão.

- Tire-me daqui Urubu!

- Tiro não... ah... ah não tiro mesmo.

- Faça isso não. Preciso viver e pegar aquela Juriti e mostrar a você como é bom almoçar uma comida quentinha.

- Ai é que está o xis da questão, campeão. Se lhe tirar daí, perco a chance de fazer a única refeição que vejo neste cruel e triste sertão. Gavião, sem ressentimento. Mas sou paciente e sempre espero meu almoço esfria. E, tem mais; quanto mais gelado melhor. Então fique frio, por favor.

12 de outubro de 2007.

Robério Pereira Barreto (jpgbarreto@hotmail.com)
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15/10/2007

Cantilena eterna das reformas

A discussão atual e em moda na imprensa brasileira são as reformas da Constituição Federal. Uma discussão eterna.

Segundo os tradicionais políticos e especialmente o presidente Fernando Henrique Cardoso, todos os problemas sociais e econômicos seriam resolvidos com as reformas. Sem elas o Brasil continuará no caos em que se encontra.

Com esse mesmo argumento eleitoreiro Tancredo Neves se tornou presidente pelo Colégio Eleitoral quando a luta tinha sido pelas “Diretas-Já”. Do mesmo modo foram eleitos todos os governadores do PMDB em 1986 devido à inflação zero do Plano Cruzado. Em 1989, a eleição de Collor pela caça aos marajás.

Em 93, plebiscito e revisão constitucional. Essa mesma Lei Maior foi promulgada em 1988 e precisaria verificar se o senhor presidente não quer reformar pontos em que tenha votado favoravelmente. O mesmo ocorre com as críticas ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que parece ter surgido do Além. Nunca há uma citação sobre quem o aprovou, o que se defendida à época, para uma análise mais consistente e até evitar erros grosseiros no presente.

Aproveitando a discussão da reforma, um ponto sério que precisaria ser modificado já. Trata-se da retirada do trecho “vedada qualquer forma coercitiva” (parágrafo 7º do artigo 226 da Carta Magna). Essa vedação refere-se à vasectomia e à laqueadura de trompas e serve apenas para manter os clãs privados fazendo essas cirurgias a preços exorbitantes.

Todos conhecem clínicas particulares especializadas e os hospitais públicos não realizam essas cirurgias, mas neles existem sempre o “por fora”, pagamento feito aos médicos de forma ilegal e sem a devida comprovação.

A manutenção desse trecho serve apenas para satisfazer a grupos ortodoxos da Igreja Católica e para tirar da União, dos Estados e dos municípios a responsabilidade pelo planejamento familiar. A imprensa precisaria diminuir a ênfase que dá a esse tipo de enganação.

O “nhenhenhén’ da Revisão serve tão-somente para esconder os problemas sociais graves e esperar o “blablablá” das eleições municipais no próximo ano.

Agora, em 2007, seria a reforma política.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP - Bel. Direito (pcardosodacosta@yahoo.com.br)

14/10/2007

O maior desafio da educação

A humanidade está evoluindo, emocionalmente, na velocidade da tartaruga, frente à tecnologia que ultrapassa a qualquer previsão, na velocidade da luz! Quem não estiver disposto a rever conceitos, mas, sobretudo, assumir uma postura de maturidade emocional, frente a tantos desafios que a odernidade proporcionou ao homem, ficará à margem do processo.

A pessoa que compõe a estatística de qualquer tipo de analfabetismo - e são muitos os tipos - tem vida, conforto, informação, recursos extraordinários e não é capaz de ler, interpretar e tomar posse da modernidade. Se alguém escapa do analfabetismo da leitura e da escrita, com certeza, pode estar sofrendo como analfabeto funcional, analfabeto virtual, analfabeto emocional, analfabeto social, analfabeto espiritual... etc, etc, etc... Isto se parece muito com aquela velha história do burro na porta do palácio.

Hoje, aos vinte, trinta anos, se o cidadão parar de aprender, está fora da concorrência. Aos 90, se estiver sintonizado com a evolução e fizer parte dela, como sujeito e objeto da história, não sai da concorrência: é consultor dos fracos e oprimidos! Logo, quem está do lado de fora da roda do aprendizado e do crescimento constante, deve voltar, imediatamente.

O perfil do profissional é baseado na qualidade essencial. Maisoumenos morreu afogado no mar da tecnologia. Foi substituído pelos modernos gestores do tempo, do conhecimento, da informação... O eficiente tropeçou no eficaz que é capaz de fazer o impossível. O homem multifuncional, preparado para exercer numerosas atividades profissionais, deixou o “especialista” acomodado para trás, especializando-se no brechó...

As escolas devem se organizar para receber crianças cada vez menores e tratar de se estruturar como casa de educação. Chega de “empresas” que vendem diploma a preços absurdos e salve aquelas instituições que têm a capacidade de formar cidadãos para promover a revolução das consciências e organizar uma sociedade pacífica, feliz,adaptável, sim, porque o adaptado sucumbiu!

As escolas devem ainda se preparar, urgentemente, para oferecer cursos de formação e atualização para pessoas maduras. Quem não se programar para entrar no contexto perderá a grandiosa oportunidade de participar da era mais fantástica da humanidade. As universidades estão recebendo estudantes com idades bem superiores, ultimamente. E tende a aumentar.
O Brasil está cotado para ser o 5o país do mundo em número de idosos, até o ano 2010. O conceito de velho como sinônimo de doença, tristeza, abandono, tralha, desesperança, deve ser revisto. A palavra velho serve para significar coisas velhas, enguiçadas. A palavra idoso é sinônimo de bênção da longevidade.

No Dia Internacional do Idoso, organizam-se eventos, com a presença de conferencistas “especializados”. Raramente, eles se lembram de ajudar a mobilizar a motivação e resgatar a auto-estima dos convidados. De um modo geral, os assuntos giram em torno do pessimismo, depressão, estresse, próteses, espinhela caída, trombose, trombada, cadeira de rodas, muletas, piriri, tosse noturna, bexiga arriada, artrose, mal disso, mal daquilo e daquilo outro...

Há outros “consultores” que se especializaram em assombrar só com notícias ruins. Ou seja, anunciam tantos horrores, dando a impressão que se o idoso se livrar daquilo tudo, pode não escapar da bala perdida, da guerra, das batidas no trânsito, do arrastão, enfim... só desgraça! Do INPS-assobração que só se desencarna a sete palmos de terra. A filósofa Dercy Gonçalves, do apogeu dos 100 anos orienta: “Se você cair num buraco, dê graças a Deus se não tiver terra por cima.”

Quando o ser humano e, claro, também o idoso comparece a uma conferência ele quer ouvir assuntos que o deixe animado, pronto a sair dali e programar aquela viagem adiada, retomar um projeto esquecido, fazer um curso, escrever um livro, inscrever-se num concurso de poesias, enfim, estimulado a prosseguir, a valorizar a vida, a ser fiscal da natureza, profissão na última moda!

As empresas de um modo geral que ainda não acordaram e não se prepararam para atender, no momento, a mais de 15 milhões de pessoas com idade acima de 65 anos, vão falir. A demanda vai dobrar dentro dos próximos anos. Se uma jovem senhora vai hoje a um shoping comprar uma roupa, seja para dias comuns ou para comparecer a uma festa, é um horror.

As roupas bonitas, modernas, não têm numerações que ultrapassam o manequim 44. As “outras”, chamadas senhoris, são da cor bege, preta, marrom, cinza, de florzinha e, na maioria das vezes, ridículas, sem a mínima criatividade, tipo assim capa de botijão. Não existe meio termo. Ou a pessoa sai de paetê até debaixo do braço...

Quando alguém completa 70 anos, é muito comum se organizar uma festa. Na cerimônia de “comemorações”, sublinham-se alguns versos do Salmo 90, (cuja autoria é atribuída a Moisés) que são lidos para advertir, assustar, ameaçar, amedrontar, apontar ao aniversariante as setas para a reta final. O orador com aquela voz de relações públicas de necrotério lê: “A duração de nossa vida é de 70, 80 anos o que passa disto...”

Mas é bom esclarecer que Moisés escreveu este Salmo, imaginando que sua vida estaria chegando ao fim. Ele estava passando pela crise dos 70. Somente aos 80 anos o salmista iniciou o processo de retirada do povo de Israel do Egito e a missão se estendeu por mais 40 anos. Aos 120 anos, Moisés morreu. E o seu substituto, Josué, com 85 anos foi nomeado, com palavras divinas de fortalecimento: “Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo”. (Js 1:7).

Portanto, o maior desafio de qualquer tempo é aprender a viver. Que valor tem a vida sem projeto de vida? É preciso traçar regras de bem viver, estabelecer prioridades, administrar o tempo, gerir informações, competência emocional para reconhecer e controlar as emoções, e aprender a auto-estimular a produção dos hormônios que formam o padrão químico do bem estar. Se você é educador, antes de procurar o valor de x, invista 5 minutos diários, ensinando sobre o VALOR DA VIDA!

Contribuição para o blog da professora PhD Ivone Boechat (i.boechat@terra.com.br)
(extraído do livro Nós da Maturidade)
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