05/11/2007

Corrupção – vírus sem resistência num hospedeiro fortalecido pelo controle

No entanto, num hospedeiro fragilizado (ausência de controle e ética) é capaz de se multiplicar e de se modificar, num processo autofágico, a tal ponto de ficar maior que seu próprio hospedeiro, e por isso, dominando-o com uma aparente impressão de auto-s.

Tentando traçar, novamente, um paralelo com o filme “Tropa de Elite”, que tão bem abordou o assunto, uma vez que nos apresenta várias dessas formas e mutações, como também, nos mostra a total dependência do sistema hospedeiro, uma vez que a Polícia Militar ali retratada ( com a exclusão total do BOPE que é outra Polícia ) , tem Bons Profissionais “infectados” a cada passo por aliciamentos (me pague para que possas tirar férias), intimidações (que podem levar à morte) ou puro convencimento a partir de objetivos travestidos de “nobreza” (como manter e disponibilizar viaturas para o uso).

Um sistema sem acompanhamento constante por uma autoridade de postura Ética e de moral ilibada, torna-se presa fácil da corrupção, de tal ordem que alem dos ataques dos agentes externos, cria e multiplica agentes internos difusores deste mal (sendo o seu principal difusor, muitas vezes, a própria “autoridade” detentora do poder de combate), com característica mais agressiva e violenta, uma vez que conhecem a essência do Sistema Hospedeiro, pois, são elementos integrantes naturais, embora modificados.

Entendo que a chamada “indústria dos Direitos Humanos” privilegia ( convenientemente ) o Direito Individual em detrimento ao Direito Coletivo, colocando as práticas ( as vezes violentas ) como inaceitáveis, mesmo que sua violência nem se compare à violência cotidiana daqueles que estão e são protegidos por esta “indústria”, isto é, tratar animais sem escrúpulos e sem limites como seres humanos, outorgando-lhes direitos individuais que sistematicamente se arvoram ao poder de negar ( através de atitudes não menos violentas e inaceitáveis), numa total sobreposição aos Direitos Coletivos que deveriam ser reconhecidos também como “Direitos Humanos”, e por isso, serem objetos de defesa por esta mesma “indústria”.

Será que o lastimável episódio de “Carandiru” teve o tratamento adequado, ou a partir de sua ocorrência as Autoridades “perderam” o frágil controle que dispunham no sistema prisional e por causa disto “batem cabeça” a cada nova rebelião de presos, de tal forma que lhes impossível garantir a integridade de todos ?

Será que a postura protecionista, aos criminosos em nome dos “Direitos Humanos”, exercida por “leonel brizola” no Rio de Janeiro, não fragilizou ainda mais o já combalido sistema policial da Polícia Militar do Estado, pois, sistematicamente colocava em foco uma postura “violenta” dos Policiais, que eram chamados a “dar conta do recado” sem serem violentos, muito embora, se expunham à própria morte?

Será que salário é a resposta mais contundente ao sistema integrado de corrupção dentro da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, uma vez que, somos constantemente apresentados a casos de corrupção de juízes, desembargadores, ficais de toda a ordem que percebem vencimentos significativamente superiores ao dos Policiais Militares ?

Situações como as apresentadas no filme, me fazem crer que o problema é AUSÊNCIA de autoridade Administrativa (que não combate, com o RIGOR da Lei, os casos de corrupção dentro da Corporação, as vezes sendo parte integrante do esquema) e da autoridade inerente ao cargo de Policial Militar (em função de um estereotipo negativo que simplesmente o nivela “por baixo”, impedindo que Eles sejam merecedores de Respeito quando Dígnos, pois, numa “certeza inconsciente coletiva” afirma que não o são, isto é, nada do que fizerem lhes garantirá o Respeito que por ventura poderia ter ).

Autor: Plinio Marcos Moreira da Rocha
Fonte: Reflexões e proposta

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